Uma investigação da Polícia Federal revelou que a Ômega Construtora e Incorporadora, empresa investigada por corrupção em Belém (PA), recebeu R$ 4,4 milhões de um programa criado pelo Ministério do Turismo para financiar ações ligadas à COP30, conferência do clima que será realizada em Belém em 2025.
O crédito foi concedido pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Novo Fungetur, fundo que oferece financiamentos a juros baixos para o setor turístico. A autorização para o repasse foi dada em setembro, após o ministro Celso Sabino criar regras especiais que dobraram o limite de empréstimos para empresas do Pará — seu estado de origem — e determinaram que as propostas precisariam da anuência do ministério.
Mensagens obtidas pela PF indicam que o dono da Ômega, Igor de Sousa Jacob, e seu pai usaram a empresa como fachada para lavagem de dinheiro e pagamento de propina em contratos de saneamento da Prefeitura de Belém. Ambos foram alvo de buscas e apreensões recentes e são investigados por saques em espécie desde o fim de 2023.
Questionado, o ministro Celso Sabino afirmou que a análise dos empréstimos é feita pelos bancos e que o ministério não tem ingerência sobre as operações. Segundo ele, caso haja inadimplência, “o banco terá de responder pelo contrato”.
Desde que assumiu o cargo em 2023, Sabino tem incentivado o uso do Fungetur, cujo orçamento saltou para R$ 1,2 bilhão em 2024. A linha de crédito voltada à COP já aprovou cerca de R$ 200 milhões em financiamentos. Documentos obtidos pelo UOL mostram que o ministério chegou a pressionar bancos a acelerar a liberação dos recursos às vésperas da conferência.
fonte da Uol
