Coluna Cara a Cara com Roberto Nogueira · Trancoso News
O Brasil atravessa um dos momentos mais delicados de sua história recente. A sensação de insegurança, a perda de confiança nas instituições e a crescente inversão de valores têm gerado um ambiente de incerteza que afeta diretamente o cidadão comum.
Nos últimos anos, assistimos a um cenário em que parte daqueles que deveriam garantir direitos, fiscalizar o poder público e proteger a população tem falhado no cumprimento de suas funções. Em muitos casos, esses mesmos agentes se beneficiam das brechas do sistema, utilizando a Constituição e as leis como mecanismos de proteção pessoal, e não como instrumentos de justiça.
Esse descompasso institucional criou um país dividido:
de um lado, a população que anseia por transparência, responsabilidade e valores sólidos;
do outro, grupos que relativizam erros, defendem práticas questionáveis e contribuem para a degradação moral e política do país.
A sociedade, por sua vez, se vê cada vez mais refém de um sistema que parece privilegiar poucos e desamparar muitos. E, nesse contexto, parte da imprensa — que historicamente desempenhou papel fundamental na defesa da democracia — também tem enfrentado críticas pela falta de independência, alinhando-se a interesses que enfraquecem a credibilidade do jornalismo.
No entanto, mesmo em meio a esse ambiente turbulento, é fundamental lembrar que mudanças começam com pequenas atitudes. Cada cidadão tem responsabilidade sobre o país que deseja deixar para as próximas gerações. Não se trata de fazer justiça com as próprias mãos, mas de não compactuar com o que claramente está errado.
É preciso recuperar a capacidade de indignação, valorizar o debate honesto e defender princípios éticos que sustentam qualquer sociedade civilizada. Somente assim poderemos construir um futuro mais justo, digno e equilibrado.
A esperança está na força daqueles que não desistem do Brasil — que continuam acreditando que a verdade, a liberdade e o caráter ainda podem prevalecer sobre a corrupção, a covardia e a omissão.
Que possamos, no amanhã, olhar para trás e reconhecer que fizemos a nossa parte na reconstrução moral e institucional do país.
