
O prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, alvo da Operação Fraternos em novembro de 2017, que investigou o uso de empresas de familiares para simular licitações e desviar dinheiro de contratos públicos, decretou, na última sexta-feira (24/01), situação de emergência no Hospital Regional. A decisão, publicada no Diário Oficial do município, aponta graves problemas na unidade, como falta de medicamentos, equipes insuficientes, ausência de equipamentos essenciais e condições inadequadas de higiene. O estado foi classificado como de “perigo público”.
A justificativa apresentada pelo prefeito para o decreto é o estado crítico do Hospital Regional, que, segundo ele, reflete o descaso com a saúde pública local. A unidade atende não apenas os moradores de Eunápolis, mas também pacientes de cidades vizinhas. Relatos frequentes da população indicam falta de medicamentos básicos, superlotação e precariedade nos atendimentos.
Entretanto, a decisão gerou controvérsias. Adversários políticos sugerem que o decreto pode abrir caminho para compras de materiais e serviços sem licitação, uma área na qual Robério Oliveira já esteve envolvido anteriormente. Esses rumores levantam preocupações sobre possíveis irregularidades e favorecimentos, especialmente considerando o histórico de investigações que envolvem o atual prefeito.
Além disso, há questionamentos sobre o momento da decisão. Muitos se perguntam por que medidas emergenciais não foram tomadas antes, já que a precariedade do hospital não é uma novidade. Para alguns, o decreto pode ser visto como um “jogo de cartas marcadas”, utilizado para contornar as leis e atender a interesses pessoais.
Apesar das dúvidas, há um alento: o Ministério Público e outros órgãos de fiscalização deverão acompanhar de perto a execução das medidas emergenciais. O prazo estipulado é de 90 dias, e a expectativa é de que as ações sejam realizadas sem superfaturamentos e com total transparência, evitando o agravamento da crise na saúde da região.
Como um amigo sabiamente comentou: “O rato sempre cairá na ratoeira.” Para quem já enfrentou acusações de desvio de milhões, não seria surpresa ver interesses particulares novamente prevalecerem. A população segue atenta e vigilante.