
A população de Porto Seguro e do povoado de Trancoso está vivenciando momentos de grande preocupação devido ao aumento dos arrombamentos nos estabelecimentos comerciais. Nos últimos meses, diversos assaltos e furtos foram registrados em ambas as localidades.
Em Trancoso, apenas em uma única rua, três lojas foram invadidas. Já em Porto Seguro, duas lojas tiveram seus fios roubados, possivelmente para serem vendidos como cobre. Em um desses estabelecimentos, funcionários e clientes ficaram vários dias sem ar-condicionado devido ao furto da fiação elétrica.
Em menos de um mês, foram registrados cinco arrombamentos em diferentes comércios das duas localidades. De acordo com comerciantes afetados, há indícios de que parte desses crimes esteja relacionada a pessoas em situação de rua e dependentes químicos. Muitos acreditam que os materiais furtados são vendidos para financiar o consumo de drogas.
A população tem cobrado das autoridades um patrulhamento mais efetivo para evitar que esses episódios se repitam. Outra crítica recorrente diz respeito à ausência dos guardas municipais, que foram contratados pela prefeitura, mas, segundo relatos, raramente são vistos patrulhando as ruas e cumprindo suas funções de segurança pública. No mês passado, uma parcela significativa desses guardas entrou em greve reivindicando aumento salarial, o que foi considerado ilegal pela Justiça.
Diante do cenário alarmante, foi realizada uma reunião com o secretário de Turismo, a Secretaria de Assistência Social e o coordenador da Abordagem Social, Thársis Marques. O encontro também contou com a participação de empresários e representantes do setor comercial de Porto Seguro, com o objetivo de discutir os desafios decorrentes do aumento da população em situação de rua no município.
Durante a reunião, foi destacada a necessidade de ações mais efetivas para lidar com essa questão. Na ocasião, o coordenador Thársis Marques anunciou o lançamento do Disque Abordagem Social, um canal específico para atendimento a pessoas em situação de rua.
Apesar dessa iniciativa, muitos comerciantes expressaram indignação com o fato de que medidas só são tomadas quando a situação já chegou a um ponto crítico. Segundo eles, é necessário que as autoridades ajam de forma preventiva, em vez de apenas reagirem quando os danos já foram causados.
“Pagamos nossos impostos e temos o direito de trabalhar com segurança e viver em paz, sem esse tipo de constrangimento”, declarou um empresário do setor de vestuário.