
A demissão do fotógrafo Alex Silva, de 63 anos, que trabalhou por 23 anos no jornal O Estado de S. Paulo, gerou forte repercussão e debates sobre liberdade de imprensa. O desligamento ocorreu poucos dias após Alex registrar uma imagem polêmica do ministro do STF Alexandre de Moraes, que fez um gesto obsceno durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena.
Embora a foto não tenha sido publicada na capa do jornal onde trabalhava, ela ganhou destaque ao ser vendida para outros veículos, como a Folha de S. Paulo. Apesar disso, o jornal reafirmou que considerou a imagem de “relevante valor jornalístico” e sustentou que a demissão já estava prevista em uma reorganização administrativa da equipe de fotografia, afirmando que a saída “seguia critérios exclusivamente administrativos”, sem ligação com a foto do ministro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a filha de Alex desabafou sobre a forma como seu pai foi dispensado, questionando a justificativa genérica de “motivos administrativos”: “Você acredita nessa justificativa ou não?”, disse.
Apesar de vivermos em um país livre e cada um ser responsável por seus atos, na minha opinião houve grave perseguição ao fotógrafo, simplesmente por registrar a atitude de um ministro que não se comporta à altura de sua autoridade. Vale lembrar que, naquele mesmo dia, Moraes teve seu visto cancelado pelo governo dos Estados Unidos, reforçando a necessidade de comportamento exemplar por parte de autoridades.
Lamento profundamente esse episódio e manifesto meu protesto contra o abuso de poder cometido por quem deveria respeitar a lei, mas, ao contrário, é o primeiro a desrespeitá-la. Fica a pergunta: que país é este, em que um homem tenta colocar uma nação inteira sob seus pés?
Quem viver, verá os próximos capítulos