Jornal Trancoso News
O Brasil é uma nação rica em cultura, diversidade e potencial. Mas, ao mesmo tempo, carrega um problema estrutural que se repete como uma marca registrada: a desorganização, o improviso e a sensação de que nada funciona como deveria. Não é por acaso que muitos brasileiros definem o país como “o mais dos baguelos”, onde as coisas parecem caminhar ao contrário do bom senso e das necessidades da população.
Em diversas áreas — políticas públicas, segurança, economia, saúde e gestão administrativa — o país acumula décadas de decisões mal planejadas, prioridades invertidas e falta de responsabilidade com o bem comum. Cada mudança de governo redefine tudo do zero, e cada nova política pública parece ser feita mais para ganhar manchete do que para resolver o problema real das pessoas.
Enquanto isso, o trabalhador, que paga impostos altíssimos e luta diariamente para sobreviver com dignidade, assiste à mesma novela de sempre: corrupção, desperdício, impunidade e uma burocracia que atrapalha mais do que ajuda. No fim, quem mais faz é quem menos recebe. E quem menos faz, muitas vezes, é quem mais exige.
O reflexo dessa engrenagem falha aparece no cotidiano: serviços públicos precários, estradas abandonadas, falta de segurança, escolas despreparadas e um sistema de saúde que sobrevive mais pela força dos profissionais do que pelo apoio governamental. A lógica se inverteu: o certo parece errado, e o errado parece certo.
Mesmo assim, o brasileiro segue resiliente. Trabalha, cria, inventa soluções, se reinventa. É essa força que impede o país de parar de vez. Mas a pergunta que fica é: até quando vamos aceitar viver no país dos baguelos, onde tudo é ajeitado “como dá”?
O Brasil tem potencial para ser referência mundial em inúmeros setores — porém, enquanto a desorganização, o descaso e a inversão de valores continuarem, continuaremos vivendo num país que merecia ser muito melhor do que aquilo que entregam para o seu próprio povo.
